ABOUT

Um pouco do meu percurso nas

três cidades que fazem parte de mim.

SALVADOR

Nasci no ano de 1978 em Salvador, capital do estado da Bahia. Uma cidade amada por sua musicalidade, sua cultura de raízes afro-brasileiras, seus verões e carnavais. Fui atraído pela música naturalmente, desde a infância. Crescicercados de discos e livros, e fui descobrindo ali, por uma inquieta curiosidade, certos artistas e canções que marcariam minha vida para sempre.

É difícil resumir em palavras a importância do Paroano Sai Milhó para a história da cidade de Salvador, a primeira capital do Brasil. O Paroano é um grupo de rua, eminentemente acústico, com 57 anos detrajetória. Seu valor cultural inestimável éreconhecido por ícones da música brasileira como Gilberto Gil, Caetano Veloso e Daniela Mercury, dentre outros. Só deixei a direção musical do grupo por causa da primeira grande transição da minha vida, quando mudei para São Paulo, em 2007, buscando ampliar os horizontes de minha carreira como singer/songwriter. Mas nunca perdi o vínculo com este grupo, com o qual aprendi, desde cedo, a integrar o entretenimento aos valores históricos e culturais da música. Eaté hoje, esta permanece sendo uma daslinhas condutoras do meu trabalho artístico. 

SÃO PAULO

Minha carreira como artista solo começou de forma súbita e gratificante, quando fui vencedor do prêmio de música mais importante da Bahia, e um dos mais conceituados do Brasil, o Troféu Caymmi, em 2006, um pouco antes de me mudar para São Paulo. O nome do show, “Humanufaturas”, fazia alusão ao processo de auto-construção do artista. O meu contato com estúdios de gravação começou muito antes do meu primeiro álbum, como irei detalhar em capítulo adiante. Já havia produzido vários discos, e tinha bastante intimidade com os exigentes processos envolvidos, de gravação, mixagem e masterização. Porém, produzir o próprio trabalho é uma outra estória, é um verdadeiro parto, o nascimento de um filho. Morava em São Paulo, uma cidade cosmopolita e multicultural, e havia recebido a influência de seu sotaque universal. Desde então, compreendi que meu caminho artístico passaria por extrapolar certas barreiras entre estilos musicais, fazer pontes de ligação entre culturas distintas, e expandir os horizontes da minha brasilidade para o mundo.

BRASÍLIA

Convidei para produzir este novo álbum o pianista de jazz de carreira internacional David Feldman, que trabalhou intensivamente com grandes artistas brasileiros, como Léo Gandelman e Leila Pinheiro. Formamos a banda de base deste trabalho com a nata da música brasileira. Além do próprio David, no piano, Torcuato Mariano (produtor fixo do The Voice Brasil, e guitarrista de Djavan), Cláudio Infante (foi baterista de grandes nomes da MPB, e atualmente, toca com Jorge Vercillo) e André Vasconcellos (produtor e baixista de jazz e pop, e músico do The Voice Brasil). Gravamos a base instrumental do disco no antológico estúdio Visom, no Rio de Janeiro. Os músicos sentiram verdadeira afinidade com minhas canções, e doaram tudo de si. O resultado superou as minhas expectativas. Ouvir as minhas canções tocadas por alguns dos músicos que gravaram os discos que eu ouvia na minha infância fuçando por curiosidade os vinis de meu pai, foi uma sensação indescritível. A realização de mais um sonho como singer/songwriter.

Reafirmei na estética deste álbum algo que eu acreditava no primeiro: a música é uma linguagem universal que extrapola as fronteiras territoriais. O meu intuito é dialogar com o mundo, criar vasos comunicantes entre a sonoridade da canção brasileira e a música que circula hoje no planeta.